A Família que anda de Quatro
Defne Arouba e a familia Ulas

Em um pequeno vilarejo na Turquia uma família costuma andar de quatro e talvez possa oferecer à ciência dicas sobre a evolução humana, de acordo com a opinião de cientistas. Eles são considerados anomalias pelos outros habitantes da vila. Um cientista britânico acredita que o processo que levou os homens a andarem eretos foi complexo e envolveu modificações no esqueleto e na própria genética da espécie. Leia abaixo o artigo da Turca Defne Aruoba que criou a Fundação Ulas.

Artigo "Eu e a Família" escrito por Defne Aruoba

Já faz um ano que eu encontrei a família Ulas. Agora estou escrevendo sobre "essas pessoas extraordinárias" (como a maioria dos cientistas gosta de chama-los). Eu queria ter feito um jornalzinho no verão passado. É a velha estória, E quem tem tempo? Juntamente com outros cientistas, a turma de filmagem e o pessoal local que estava nos ajudando, eu estava trabalhando 14 horas por dia e me deparando com um monte de problemas, obstáculos e fortes emoções.

Eu me lembro que no inicio eu os via como algo de "extraordinário", mas agora eles são meus amigos. Bem, mais do que amigos - amizade não termina. Essa experiência teve um impacto tão grande na minha vida, em como eu pensava ou sentia em relação a assuntos de suma importância, tanto em minha vida profissional quanto na vida em geral desse planeta.

Eu sei de primeira mão agora que justiça é de fato somente um conceito. O altruísmo não é praticado com deveria ser praticado. A família Ulas pode ser ajudada e a situação que eles vivem pode ser melhorada com um pouco de ajuda daqueles que são mais afortunados. Na verdade, todo mundo tem consciência disso.

Defne Arouba e a familia Ulas
A verdade sobre o Altruísmo
A nossa vida do dia a dia não nos dá tempo de nos lembrar disso. Todos nos sentimos vontade de nos "dar", até mesmo as pessoas mais egoístas pensam em ajudar alguém em algum momento de suas vidas. Mas as vezes o telefone toca, problemas pessoais ou problemas de trabalho interferem e voltamos para o nosso mundo individual. Essas nossos pequenos mundos nos fazem sentir bem, como se nunca pudéssemos estar doentes, ficar velhos ou morrer. Especialmente nas partes mais civilizadas no mundo, a casa, o dinheiro no banco, a carreira, o corpo malhado, a romance, nos leva a pensar somente na nossa vida em geral. A ilusão da proteção é a raiz da separação do resto da nossa vida e consequentemente a causa da nossa miséria.

"Eu não queria estar aqui como uma "psicóloga". Eu queria estar aqui somente para ajudá-los".

A parte mais interessante do "altruísmo", o qual eu descobri quando estava passando algum tempo com a família Ulas, é que ele é recíproco. Altruísmo não é somente "se dar", ou ajudar, ou desejar o melhor para um outro "indivíduo". Altruísmo é se abrir para um terreno estranho, se abrir para sentimentos onde nada/ninguém é realmente "um outro" mas você mesmo. Altruísmo é passar das ilusões da separação para uma união, até o ponto em que não fica claro quem esta ajudando quem.

Um sentimento de Proteção

Eu vivi minha vida em duas cidades muito tumultuadas, cosmopolitas e ambiciosas desse mundo: Istambul e Nova York. Ir para a vila turca onde a família Ulas mora foi uma experiência muito diferente para mim.

Eu fui a primeira a chegar lá, já que os cientistas e o pessoal da filmagem estavam viajando em carros separados. Eu me aproximei das escadas que me conduziriam a casa da família carregando uma mala cheia de roupas usadas que eu trouxe para eles. Eu tinha ouvido falar que eles eram desprovidos de bens e eu tinha visto um video-de-um-minuto sobre eles. Aquilo era tudo que eu sabia. Eu não sabia o que esperar - ninguém sabia. Quando eu subi os degraus, eu tive medo. Medo do desconhecido e medo dos meus próprios medos. Parece uma contradição, mas foi assim que aconteceu. Eu não tinha nenhum plano e nenhuma pista sobre o que eu estava fazendo.

No primeiro momento a família olhou para mim com olhos curiosos. Mas quando começamos a ver as roupas, rimos juntos com as moças na maioria das vezes através de gestos, nós nos sentimos em casa e começamos a nos sentir mais a vontade. Eu estava entre amigos, visitando-os na casa de sua família. Não havia métodos científicos para mim. Existiam Asiye, Miyase, Bayram, Cebrail, Hacer, Emos, Senem, Safiye, Huseyin, Gulin, Zeynep e sua família. E deste ponto em diante meus sentimentos de medo se transformaram, e ainda continuam a se transformar, em um sentimento de proteção. Eu sabia desde os primeiros minutos de minha visita que eu não estava fazendo uma visita de "psicóloga". Eu queria estar ali para eles, de alguma forma em que eu fosse necessária.

Uma preocupação de pai

Minha maior motivação em me ajuntar ao time de cientistas e ao time de filmagem foi sempre "Como essa exposição internacional pode melhorar e ajudar a família Ulas, em termos médicos ou/e de qualquer outra maneira?"

Na verdade, a descoberta dessa família causou uma controvérsia na comunidade científica. Neste ano que se passou eu pude ver como era o contato dos cientistas e a família, suas preocupações pessoais, cada qual desesperado para ter resultados de exames da cabeça, testes neurológicos, testes de DNA, para que cada qual deles pudesse provar sua teoria. Me pediram para aplicar alguns testes como psicóloga, para que eu pudesse avaliar o nível de inteligência, cognitivo, sensorial, habilidades motoras, emocional, social e adaptações de comportamento. Eu assim o fiz, e os testes revelaram alguns fatores importantes, mas eles não são conclusivos.

"Eu não sei o que causou essa inaptidão. Mas estou segura que podemos ajuda-los"

A família Ulas é um mistério para a comunidade científica, e a controvérsia continua. Vez ou outra aparece na vila um cientista que oferece um tratamento e pede a Resit, o pai da família Para permissão para fazer alguns teste. Ele não diz nem que sim nem que não. Ele se rende ao que a vida pode lhe prover. A sua única preocupação é sobre a sobrevivência das suas crianças depois de sua morte. E ele esta certo. Esses indivíduos são completamente dependentes, não por que ele não tem habilidade para cuidar de suas próprias necessidades, mas porque eles não foram reabilitados.

Eu gostaria de enfatizar como uma psicóloga que essas pessoas aprendem, que é a coisa mais importante e talvez a única necessária para melhorar o sua qualidade de vida. Eu não sei o que causou essa inaptidão. Eu não sei se poderemos algum dia descobrir a sua causa. Mas estou segura que podemos ajudar essas pessoas. Nós os ajudamos de uma maneira pratica e terapêutica, mas a sua condição de vida ainda tem muito a desejar. Para isso precisamos de uma terapeuta que deseje passar algum tempo na vila e lhes ensinar como eles devem cuidar de si mesmos.

Inspirada no sobrenome da família "Ulas" que significa "Alcançar" em Português, eu planejei criar a Fundação Ulas. Meu objetivo é começar a trabalhar com indivíduos e depois trabalhar com outras famílias que são carentes, carentes de qualquer coisa. Eu espero que a Fundação Ulas seja futuramente, de uma maneira pequena, uma ponte para o altruísmo e que possa sem social fronteiras, unir pobres aos ricos, submissos aos submissores, espiritualistas aos materialistas, os que teve educação aquele que não teve uma devida educação, médicos e pacientes. Desta maneira a polaridade de existências que nos todos experimentamos dentro e fora de nós mesmos vai emergir e florescer com sabedoria, reciprocidade e sem julgamento algum.

Para ler mais sobre o tema clique em : http://www.pbs.org/wgbh/nova/allfours/

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